Quem foi Clara de Assis?

O seu nome já diz tudo: “Clara de nome, mais clara ainda pela sua vida, claríssima em suas virtudes” (1 C 18). O nome foi dado por sua mãe, que sentindo chegar a hora do parto, orava na Igreja, de frente ao Crucificado, implorando a graça de um parto feliz, quando ouviu uma voz lhe dizer: “Não receies senhora, porque de ti nascerá, sã e salva, uma luz de brilho mais claro que o próprio dia” (LCL 2).

Fiel a esta profecia, sua mãe Hortolana a batizou com o nome de Clara. Detalhe: na mesma pia batismal que o pobre de Assis, São Francisco, havia sido batizado doze anos antes. Era o ano de 1193.

Seu pai era cavaleiro e sua mãe provinha de uma família de aristocratas. Recebera boa educação e fora preparada, como uma jovem pertencente a nobreza, para um promissor casamento.

Motivada pelo testemunho e pelas palavras de Francisco, decide abandonar a casa paterna, vender seus bens aos pobres e viver pobremente num mosteiro, juntamente com outras irmãs. Era o ano de 1210.

A forma de vida das Irmãs Pobres de São Damião, nome que Clara dera ao seu pequeno grupo, consistia em viver o Evangelho em absoluta pobreza e fraternidade. Clara foi a primeira mulher a escrever uma regra e ser aprovada pela Igreja.

Nisso podemos ver que Clara foi uma jovem decidida. Desde que descobrira que havia um “Nobre Cavalheiro” digno de seu amor, lançou-se sem reservas nos seus braços, tornando-se assim “Sponsa Christ”, esposa de Cristo.

Sua aliança com o Esposo da alma é para o sempre. Com Ele e por Ele, suporta todas as provações, ultrapassa todos os obstáculos. Tudo isso, sem queixas e arrependimentos. É a perfeita alegria que lhe ensinara seu Pai espiritual, São Francisco de Assis.

Clara é ao mesmo tempo encantadora e desconcertante. Clara atrai, mas também incomoda. Deve ser por isso que cada época é salva pelo Santo que mais a contradiz.

Amou e serviu até o fim e morreu, após longos anos de sofrimento, como sempre vivera, feliz, deixando para toda a Igreja um legado de santidade e uma família numerosa de filhas. O ano era o de 1253.

Trecho do Livro: Consagração, conversão levada ao extremo

Pe. Gilson Sobreiro

Deixe um comentário